Qual o jejum que Deus quer de todos nós?
O jejum, na cultura religiosa judáica, tem por objetivo demonstrar a si mesmo, a sociedade e a Deus de que o fiel está contrito, arrependido de seus pecados e disposto a converter-se a mudar de vida pra melhor.
Ainda é uma conversão individual por mais que de alcance no relacionamento social, porém não de revisão ou revolução do sistema político, econômico e religioso que tantos pecados, injustiças e morte causa.
Na primeira leitura o profeta Isaías já dá sinais do pecado sistêmico e alerta ao povo e aos sacerdotes qual jejum Deus quer de seu povo:
"É porque no dia de vosso jejum tratais de negócios e oprimís os vossos empregados. É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas. Não façais jejum com esse espírito, se queres que vosso pedido seja ouvido no céu"(Isaías 58,3-4).
E Deus continua questionando, através do profeta Isaías qual jejum Ele pede e a seu povo como sinal de conversão:
E pergunta: O jejum que Eu quero... "não é repetir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e o peregrinos?... Quando encontrares um nu, cobre-o e não despreze a tua carne. (Isaías 58,7-8).
O salmo reforça esta idéia de arrependimento, jejum e conversão a partir de um coração sinceramente contrito e puro de intenção para com o próximo (cf. Salmo 50,3-12).
No evangelho Jesus sabe perfeitamente a qual jejum os seus discípulos estarão sujeitos quando Ele, o Noivo, morrer, ressuscitar e ir para os céus.
Com certeza não é o jejum hipócrita ou ritualista dos fariseus, Mestres da Lei e discípulos de João que ainda não entenderam e nem aderiram a Jesus, mas o jejum existencial da missão, do martírio do próprio anúncio profético da justiça do Reino de Deus aonde todos tem o que comer, diferente do reino do mundo onde a maioria passa fome.
Baltazar Dias 91 9 9810 - 8219
Cursos de Interpretação e Espiritualidade do Evangelho.
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